A ansiedade é uma das queixas mais comuns nos consultórios de psicologia e, ao mesmo tempo, uma das emoções humanas mais naturais. Ela faz parte da vida e pode até ter uma função protetiva, como quando nos deixa atentos a um exame importante, a uma entrevista de emprego ou a um evento significativo. No entanto, quando a ansiedade deixa de ser passageira e passa a dominar os dias, afetando a rotina e a saúde, ela se torna um sofrimento que precisa ser olhado com cuidado.
Muitas vezes, a ansiedade se expressa por meio do corpo: palpitações, falta de ar, insônia, tensões musculares e dores difusas. É como se o organismo falasse por nós, revelando algo que não conseguimos colocar em palavras. Nesse sentido, a psicoterapia é um espaço privilegiado para investigar não apenas os sintomas, mas o que está por trás deles.
Na escuta clínica, cada sujeito pode dar sentido à sua experiência, compreender os contextos que ativam sua ansiedade e construir recursos para lidar melhor com ela. Não se trata de eliminar completamente a ansiedade, mas de aprender a se relacionar com ela de maneira menos paralisante e mais consciente.
É importante compreender que não há um único motivo para a ansiedade, mas múltiplos fatores envolvidos: histórias pessoais, relações familiares, cobranças sociais e até mesmo expectativas internas. Na psicanálise, entendemos que muitas vezes o sintoma vem como uma mensagem do inconsciente, pedindo atenção a algo que foi silenciado.
Cuidar da ansiedade é, portanto, mais do que controlar crises; é abrir espaço para se conhecer melhor, para escutar o que o corpo e a mente tentam dizer. Essa jornada, ainda que desafiadora, pode transformar sofrimento em oportunidade de crescimento pessoal.