Muitas pessoas acreditam que autoestima significa estar sempre confiante e satisfeito consigo. No entanto, a autoestima verdadeira não se constrói pela ausência de falhas, mas pela capacidade de reconhecer o próprio valor mesmo diante das imperfeições.
A autocompaixão é um caminho poderoso nesse sentido. Trata-se de aprender a se olhar com mais gentileza, acolher os próprios erros como parte da experiência humana e oferecer a si mesmo o cuidado que ofereceríamos a um amigo.
Na psicoterapia, muitas vezes trabalhamos com pacientes que são extremamente críticos consigo mesmos, exigindo perfeição e punindo cada deslize. Esse olhar rígido pode gerar ansiedade, depressão e sensação constante de inadequação. Desenvolver autocompaixão ajuda a quebrar esse ciclo, abrindo espaço para uma relação mais equilibrada com a própria história.
Autoestima e autocompaixão não são construídas de um dia para o outro. Exigem prática, paciência e disposição para revisar crenças antigas. Pequenos gestos, como celebrar conquistas diárias, valorizar esforços e respeitar limites, já são formas de fortalecer esse vínculo consigo mesmo.
Ao longo do tempo, essa mudança interna reflete também nas relações externas, tornando os vínculos mais saudáveis e menos dependentes da aprovação alheia. Amar a si não é egoísmo, mas a base para viver de maneira mais plena e verdadeira.