Saber dizer “não” pode ser um dos maiores desafios nos relacionamentos, sejam eles familiares, afetivos ou profissionais. Muitas pessoas crescem acreditando que precisam agradar a todos, que recusar pedidos ou impor limites significa ser egoísta ou pouco empático. No entanto, a falta de limites claros pode gerar ressentimento, exaustão emocional e até mesmo adoecimento.
Colocar limites não significa rejeitar o outro, mas sim respeitar a si mesmo. É reconhecer que existem momentos em que é necessário preservar sua energia, seu tempo e seu espaço para manter a saúde mental e a qualidade dos vínculos. Quem vive sempre em função do desejo do outro pode acabar perdendo contato com seus próprios desejos e necessidades.
Na psicoterapia, muitas vezes surgem histórias de pessoas que se sentem incapazes de recusar demandas, mesmo quando isso gera sofrimento. Trabalhar essa dificuldade é fundamental para fortalecer a autoestima e construir relações mais equilibradas. Aprender a dizer “não” é, em última análise, aprender a dizer “sim” para si mesmo.
É importante compreender que estabelecer limites faz parte do amor-próprio e também do cuidado com o outro. Relações saudáveis não se constroem pela imposição ou pela renúncia total, mas pelo respeito mútuo. Quando comunicamos com clareza o que podemos e não podemos oferecer, criamos vínculos mais honestos e sustentáveis.
Praticar limites exige treino e paciência. Pode começar por pequenas situações, escolhendo momentos em que o risco de frustração seja menor, até que se torne mais natural sustentar um posicionamento firme. A cada vez que se consegue preservar um espaço interno, cresce a sensação de autenticidade e liberdade